quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Saiu: "O Mistério Revelado" - Jesus dos 13 aos 30 anos




RECLUSÃO DE CRISTO - [ 29/12 ]
Pesquisador lança livro sobre período pouco comentado da vida de Jesus
José Antônio Rosa
Notícia publicada na edição de 29/12/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 1 do caderno B - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.


Por onde andou e o que fez Jesus dos 13 aos 30 anos de idade? Por que esse período da biografia do símbolo maior do Cristianismo foi tão pouco discutido e dado a público? Quais teriam sido as experiências por ele acumuladas? Para tentar responder a essas e outras tantas perguntas, o pesquisador Carlos Carvalho Cavalheiro debruçou-se durante dois anos sobre textos bíblicos, evangelhos apócrifos e outras fontes às quais teve acesso e produziu “O Mistério Revelado”, seu décimo segundo livro, já disponível para venda.


Estudioso de teologia, Cavalheiro não pertence a denominação religiosa específica, mas assume sua formação evangélica. O tema tratado na obra desde sempre o intrigou, tanto quanto a outros autores que investigaram a quase reclusão do Cristo. Personagem emblemático, daqueles que oferecem múltiplas possibilidades a quem escreve, Jesus inspirou, e ainda inspira, um sem número de versões de sua própria vida. Dele já se contou, seguramente, de tudo um pouco.


Na Bíblia consta que ele nasceu da Virgem Maria, operou milagres, caiu em desgraça com o governo da época que o encarava como uma grave ameaça ao sistema então vigente, foi condenado à morte por crucificação e ressuscitou. Carlos Cavalheiro, no entanto, quis ir além e foi buscar informações sobre o por que de, a partir de certa época, Jesus ter sido relegado ao ostracismo. É curioso, para dizer pouco, que alguém com a importância do filho de Deus, tenha simplesmente desaparecido, sem deixar rastro.


Não foi o que aconteceu, na verdade. Cavalheiro lembra que, antes, aos 12 anos, Jesus Cristo protagonizou a célebre discussão com os doutores, conforme relatado por Lucas. Era costume os pais levarem seus filhos a Jerusalém na Festa da Páscoa. E o mesmo aconteceu com Jesus, que foi para lá e acabou ficando na cidade, sem que José e Maria soubessem. Os dois pensavam que ele tinha seguido viagem de volta com outros do grupo e, ao descobrirem que não, retornaram e o encontraram no templo, ouvindo e interrogando os eruditos, como eram chamados. O então adolescente impressionou a todos por sua inteligência.


A partir daí, Jesus parece ter tomado rumo ignorado. Ou melhor, há quem acredite que teria seguido com destino à Índia e lá se mantido. Carlos Cavalheiro, porém, soma-se aos teóricos que não concordam com essa possibilidade. A tese, argumenta, baseia-se em provas inconsistentes e circunstanciais. “São citações reproduzidas sem aprofundamento”, diz. A versão de que Jesus teria viajado ganhou força no século XIX, a partir de estudos divulgados. Um deles, do russo Nicolau Notovitc, revela que, num monge budista foram encontradas referências sobre o “Santo Issa”, nome dado pelos muçulmanos a Jesus.


Em “O Mistério Revelado”, o escritor alega que o hiato de dezessete anos, tão comentado por seu caráter obscuro, não teria despertado o interesse dos evangelistas, já que nenhum fato mais relevante ocorreu. “Jesus descobriria o seu Ministério aos 30 anos”, diz Cavalheiro. Na prática, portanto, as mais significativas passagens da vida do Messias tiveram lugar desde então. Em três anos, ele esteve à frente dos episódios que transformariam a história da humanidade.


O livro refere que Jesus Cristo viveu, dos 13 aos 30 anos, uma rotina normal. Ajudava o pai na carpintaria e fazia o que jovens de sua idade faziam. Não constam registros de que tivesse se envolvido com mulheres, como sugerido no best-seller “O Código Da Vinci”. “Para muitos, a linha que separa a ficção da realidade, no que se refere a Jesus Cristo, é tênue, mas podemos separar uma coisa da outra”, garante Carlos Cavalheiro. “Essa é uma discussão válida, salutar, que só acrescenta”.


Cavalheiro lembra que, para a sociedade da época, as pessoas com 30 anos eram mais experientes, e se faziam respeitar. “Balzack teria gostado de saber disso, já que usou esse mote para valorizar as mulheres num de seus mais conhecidos romances”, brinca. Ele não considera que o trabalho possa, de alguma forma, comprometer a figura do personagem, ou sua aura de divindade. “Não me parece ser o caso. As pessoas têm muito claro a importância de Jesus. Ademais, a pesquisa só procura apurar o que houve no intervalo de dezessete anos. Eu acredito que tenha colaborado, ainda que em parte, para esclarecer muitas das dúvidas a esse respeito”.


“O Mistério Revelado” (Crearte Editora) pode ser adquirido ao preço de R$ 20, na Livraria Nacional, à rua da Penha, 823. A partir da próxima semana, estará à venda, também, na Pedagógica, à rua Padre Luiz, 235.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Revirando as gavetas de 2010...






Foi em 2010 que realizei mais um curso bíblico avançado (Livro de Mateus), ministrado pela Igreja de Cristo de Sorocaba, sob a orientação dos professores John L. Pennisi e Genildo Araújo. Nas fotos acima, a solenidade de entrega de certificados do curso. Não sou muito afeito a solenidades, mas a afeição do pessoal da Igreja é tanta, que nos sentimos acolhidos como se fosse em nossa própria casa. Gosto muito de frequentar os cursos da Escola da Bíblia. Enriquecem sobremaneira o conhecimento teológico e da Palavra de Deus. Quero, neste momento, agradecer a todos, colegas e professores, da Escola da Bíblia que compartilharam comigo os momentos de estudo. E olha que não é de agora. O primeiro curso que fiz - Básico de Teologia Bíblica - foi em 2002! As fotos são de Adilene Cavalheiro.


Ainda em 2010, lancei o livro "Vadios e Imorais", projeto que já estava a espera de recursos para publicação desde 2007. Nesse livro, conto um pouco da trajetória dos negros sorocabanos após a Abolição. A foto, tirada no Jornal Cruzeiro do Sul, é de autoria de Adival B. Pinto.


Outros momentos de 2010...


Conhecemos - eu e minha esposa Adilene - o ator Carlos Miranda, em Águas de São Pedro / SP - durante uma exposição de Carros Antigos.


Carlos Miranda interpretou, na década de 1960, o Vigilante Carlos na série de TV brasileira "O Vigilante Rodoviário". Claro que não assisti na época, pois nem havia nascido. Mas há algum tempo saiu a série toda em DVD. Adquiri, pois em casa todos falavam muito do seriado.


Gostei. A série retrata um período de confiança e de ufania pelo Brasil (foi antes do famigerado Golpe Militar). Carlos Miranda é considerado o único ator que se tornou seu próprio personagem, tendo em vista que prestou concurso público e se tornou policial rodoviário.



Na Bienal do Livro de São Paulo, tive oportunidade de conversar com a escritora Janaína Azevedo Corral, autora de uma série de livros sobre a Umbanda, editados pela "Universo dos Livros". Entre os títulos estão: "Tudo o que vocês precisa saber sobre Umbanda" (3 volumes); "O Livro da Esquerda na Umbanda" e "As Sete linhas da Umbanda"...

Muito simpática, Janaína perdeu alguns minutos de seu tempo conversando um pouco conosco. Quem quiser saber mais sobre ela, pode acessar o site http://www.casadejanaina.com/



Gosto muito de Itu. Sempre que posso, dou uma esticada até lá. Aqui eu flagrei a Adilene tomando o café Cappuccino que tanto gosta (aliás, gostamos). Mas não há Cappuccino melhor no mundo do que o feito no "Zuleika's", em Águas de São Pedro. Podem apostar.



sábado, 25 de dezembro de 2010

2010 está finalizando...

2010... Um ano bom, mas que já se vai. Muitas coisas boas aconteceram, outras nem tanto. Comemoramos e também lamentamos. O importante é que continuamos seguindo - e perseguindo - nossos sonhos. Quando acordarmos, não será mais um sonho e sim, a realidade.






Feliz Natal e Ano Novo a todos.

Carlos Carvalho Cavalheiro.




Abaixo, algumas fotos que gostaria de compartilhar com vocês:


(No trabalho... Sim, eu trabalho. Foto: Wilson Giuli)


















(Adilene Cavalheiro, Carlos e Alexandre Fávero)









(Com Alexandre Fávero, diretor e ator da Cia. Teatro Lumbra de Animação. Foto: Adilene Cavalheiro)
















(Com Zé do Caixão - José Mogica Marins - em Sorocaba. Foto de José Carlos Malzoni)

sábado, 30 de outubro de 2010

Histórias sobre Saci


Reabertura do Inquérito sobre o Saci divulga histórias na Internet
Quem diria... O negrinho matreiro, sapeca como ele só, já invadiu a internet... E faz muito tempo.
Em 08 de janeiro de 2006 lancei a ideia de recolher histórias e imagens sobre o Saci numa espécie de "reabertura" do Inquérito proposto por Monteiro Lobato em 1917. Naquela época, Lobato utilizou o jornal impresso - uma das formas mais populares de difusão de informações então disponível - e recolheu diversos relatos que deram origem ao livro "Sacy Pererê - Resultado de um Inquérito".
Desde o lançamento da reabertura do Inquérito, tenho recebido informações sobre o Saci, as quais são divulgadas no site www.crearte.com.br/saci.htm
A Editora Crearte é parceira nesse projeto de reviver as histórias do mito mais popular do Brasil.
Quem tiver interesse, pode enviar suas histórias e relatos, ou mesmo imagens (desenhos, fotos, pinturas...) para o meu e-mail: carlosccavalheiro@gmail.com
Só valem histórias originais, ou seja, nada de copiar de outros autores.
Aproveito para lembrar que o próximo dia 31 de outubro, além de Halloween (que coincide com as eleições...) é dia do Saci.
Então, Viva o Saci!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O amigo do Zorro é o Tonto?








Há uma confusão proposital entre dois personagens de ficção: o Zorro e Lone Ranger (Cavaleiro Solitário). Na realidade o Tonto é o companheiro desse último.
O fato de Lone Ranger utilizar uma máscara semelhante ao do Zorro e sendo este já conhecido do público brasileiro, achou-se por bem denominá-lo também de Zorro. Eis ai a confusão. Para vender mais fácil um “produto” utilizou-se do rótulo de outro com maior fama e de mercado garantido.
Ambos os personagens, adaptados para o cinema, filmes, séries e histórias em quadrinhos, afora a máscara, são diferentes entre si.
Criado por Johnston Mc Culey (The Zorro Stories) o Zorro, serviu de base para, entre outras, a famosa adaptação em série de TV com Guy Willians no papel principal. A história passa-se provavelmente no começo do XIX já que tem como cenário a cidade de Los Angeles ainda pertencente à Espanha (somente em 1822 o território da Nova Espanha, hoje México, tornou-se independente). Contra as injustiças e arbitrariedades da administração colonial espanhola na América, Don Diego De La Vega com roupas negras, mascara e espada em punho transformava-se no Zorro aplicando a justiça. Como suas ações eram em geral noturnas ou a lugares pouco iluminados a cor de sua roupa servia de camuflagem. Isto também ocorria com seu cavalo de nome tornado. O Zorro era no conceito das autoridades um fora da lei, espécie de Robin Hood moderno.
Já o Lone Range, personagem criado por Geo. W. Trendle para dramatização em rádio (como novela de rádio, creio, ao estilo do nosso Jeronimo, o herói do sertão), além de ser reconhecido das autoridades (militares da cavalaria, xerifes, delegados...) como um combatente ao crime, pertencia ao século XIX, quando a conquista do oeste estadunidense já estava efetivada. Há portanto, além de tudo uma defasagem cronológica considerável entre um e outro personagem. Na década de 40 o Lone Ranger foi interpretado por Clayton Moore e o Tonto por Jay Silverheels. A série durou 9 anos. O Cavalo do Lone Ranger era o Silver (prata em inglês) de cor branca. Lembram-se do grito “Hi-yo Silver”?
O índio Tonto, responsável por várias anedotas aqui no Brasil pelo fato de seu nome ser, em português, sinônimo de tolo, idiota, ..., é portanto companheiro do Cavaleiro Solitário (Lone Ranger) a quem ele chama Kemosabe - amigo fiel em sua língua. O do Zorro é um rapaz mudo que se faz passar também por surdo cujo nome é Bernardo (em outras versões, Miguel).
Não se trata, definitivamente do mesmo personagem. Aliás, há outros mascarados similares como El Coyote (com trajes mexicanos), o Durango Kid, o Black Diamond, Cavaleiro Negro,..., mas nem todos são o Zorro e nem todos têm o Tonto como amigo!



Carlos Carvalho Cavalheiro
(1998)

VOCÊ CONHECE ALTINÓPOLIS?

História, belezas naturais e folclore esperam por você no nordeste paulista.

Surgida em 1865 com a cultura do café essa pequena cidade do nordeste paulista (região de Ribeirão Preto) é hoje um atrativo turístico para quem procura o sossego do interior e natureza exuberante.
Em janeiro há o famoso e tradicional encontro de Folias de Reis, evento em que se reúnem Companhias de Reis de todas as partes do Brasil. A população da cidade (que é de cerca de 14 mil habitantes) chega a dobrar ou triplicar nesse período devido os visitantes. Concebido pelo senhor Antônio Frigheto, hoje o Encontro de Folias é organizado pelos seus filhos Ana e Ronaldo.
A cidade conta ainda com belíssimas esculturas do artista plástico Bassano Vaccarini no Jardim das Esculturas, logo na entrada de Altinópolis. São cerca de 41 esculturas em 07 monumentos que exaltam a mulher. Há ainda, como atrações da cidade, a Antiga Estação Ferroviária (hoje Centro de Informações Turísticas), o Mirante (que oferece vista de 360 graus, podendo visualizar dezenas de cidades vizinhas), o Parque da Lagoa (com seu espelho d'água e área de recreação), a capela de José Venâncio de Azevedo Leal (fazendeiro morto pelo famoso bandido Dioguinho em 1895) na antiga Estrada para Batatais.
Altinópolis é considerada um verdadeiro santuário ecológico do nordeste paulista. De clima agradável, povo hospitaleiro e gentil, a cidade conta com 10 grutas e 35 cachoeiras, além de trilhas e caminhos. A Cachoeira do Humaitá possui um escorregador natural de sete metros de altura e grande piscina natural. A cachoeira do Esmeril impressiona pela grandeza do volume de água de sua queda de 60 metros de altura. No Vale do Itambé encontra-se a gruta e cachoeira do mesmo nome. Na parte interna da gruta há um belíssimo espelho d'água. Há 355 metros de galerias nessa gruta.
A Cachoeira do Itambé, assim com a do Esmeril, tem sua queda d'água de 60 metros de altitude. Altinópolis conta ainda com o Morro da Mesa e o do Forno, onde é possível realizar caminhadas e explorar pequenas grutas.
Para quem gosta de pescaria existe também o Pesqueiro do Felipe (Km 334 da Estrada Altinópolis-Cajuru), aberto de sexta a domingo.
Hospedar-se em Altinópolis ainda não é muito tranqüilo. Para quem procura sofisticação o mais indicado é hospedar-se em Ribeirão Preto. No entanto, para as pessoas que não se importam em hospedar-se em local mais simples, porém limpo, existe o Hotel Marajoara (Praça da Matriz - Centro - tel.: 016 665 0255). Há pousadas como a São João da Mata (Centenária fazenda de café - tel.: (016) 665 0216), o Recanto Tia Ana (com lago para pesca - tel.: (016) 761 2601), o Sítio Oyo Veyo (Tel.: (016) 665 0373), a Estância Camegus (Casa com 4 quartos. Tel.: (016) 665 2066), a Pousada Humaitá (com cachoeira. (016) 633 1463), e a Estância Maranata (Tel.: (016) 665 1223).

História do Banditismo Paulista
Altinópolis foi visitada muitas vezes pelo famoso bandido paulista Dioguinho, morto em 1897 durante a perseguição da polícia. Por ser uma região cafeeira, muitos fazendeiros utilizavam-se dos "serviços" do bandido Dioguinho para resolverem contendas políticas.
Hoje, passado mais de cem anos, a fama de Dioguinho continua viva na memória do povo Altinopolense. Nada raro é encontrar quem conheça suas histórias. O hospitaleiro, atencioso e gentil povo de Altinópolis não mede esforços para saciar nossa curiosidade acerca desse personagem que já foi tema de livros, teses de mestrado e filmes. O médico aposentado José Barbosa é um desses cidadãos que conhece bem essa fase da história paulista. Outro estudioso e historiador de Altinópolis é o senhor Oldemar Brondi, incansável pesquisador da história de Altinópolis e do Dioguinho. Foi ele quem descobriu onde havia a capela do José Venâncio de Azevedo Leal, morto em tocaia pelo Dioguinho. O senhor Lysias, secretário do turismo, é outro preocupado com a história e do desenvolvimento turístico de Altinópolis.
Outro ilustre personagem nascido em Altinópolis foi o escritor José Guedes de Azevedo. Muito embora poucos o conheçam naquela cidade, José Guedes foi, além de escritor, prefeito de Bauru e diretor do famoso colégio Guedes de Azevedo, também da cidade de Bauru.
No entanto é raro encontrar um prédio centenário em Altinópolis. Quase toda a antiga cidade deu lugar a uma outra, nova e moderna.

Como chegar

Em São Paulo, na estação rodoviária do Tietê, saem ônibus diários (às 18 horas) da viação Nasser. Altinópolis dista 340 km da Capital paulista.
De automóvel, em direção a Ribeirão Preto (50 km depois dessa cidade).
Há vôos da TAM (Congonhas) e RioSul (Cumbica) para Ribeirão Preto.



Carlos Carvalho Cavalheiro
(2001)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O Turismo (possível) em Sorocaba

Em 2005, fui contratado por uma revista - intitulada Síntese - para escrever uma série de artigos sobre assuntos variados, a começar por turismo em Sorocaba. Vasculhando as velhas pastas do meu computador, encontrei os dois artigos iniciais (a Revista não foi para frente e acabei não terminando a série). Resolvi publicá-los aqui, a despeito da defasagem (já se vão cinco anos!) e sem revisão ou atualização, apenas como curiosidade. Na época pretendia, ainda, abordar outros temas como o turismo em locais "assombrados", a exemplo da South Bridge na Escócia e Hampton Court na Inglaterra. Em Sorocaba temos o famoso Casarão dos Padres, próximo ao Shopping Panorâmico (Antigo Shopping Regional). Penso que até os fenômenos ufológicos - que em Sorocaba são demasiados - podem ser aproveitados como roteiro turístico (levando-se em consideração até a organização de eventos ligados ao tema, como Seminários etc). Abaixo, seguem os textos.



O Turismo (possível) em Sorocaba - Parte I.

No ano de 2002 a Prefeitura Municipal de Sorocaba em parceria com dez hotéis e três instituições educacionais da cidade realizaram a Pesquisa de Demanda Turística, divulgada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDE) no site oficial do Paço. Uma das conclusões da pesquisa é a forte vocação de Sorocaba para o turismo de negócios.
Sem desmerecer a pesquisa, nem questionar a metodologia empregada e muito menos discordar radicalmente da conclusão chegada, é importante que se compreenda que Sorocaba possui potencial turístico para outras atividades que não a de negócios. Forte vocação não é fator excludente de outras vocações. Pode-se mesmo aventar que o resultado da pesquisa traduza a ânsia da classe dominante sorocabana em criar uma representação ideológica que acabe por apagar os resquícios de um passado, de uma identidade cultural de Sorocaba. Isso justificaria a falta de investimento para o desenvolvimento do turismo ligado às tradições tropeiras, por exemplo. Não é concebível que uma cidade como Sorocaba não aproveite esse potencial, levando-se em conta, ainda, que a região produz atrativos nessa área e Sorocaba poderia funcionar como fornecedora de infra-estrutura (hospedagem, opções de lazer, compras...), aproveitando sua rede hoteleira, os bares, shoppings, lanchonetes. Sorocaba perdeu a oportunidade de desenvolver o turismo ecológico, o turismo histórico e perde, dia a dia, outras oportunidades.
Provavelmente, um dos setores que vem sendo pouco atendido é o do turismo religioso. Esse segmento recebeu especial atenção da Secretaria de Estado de Esportes e Turismo, na primeira gestão do governador Geraldo Alckmin, merecendo a publicação de um Guia do Roteiro da Fé. Na apresentação do Guia, a mensagem do Secretário Marcos Arbaitman deixa claro que a opção pelo desenvolvimento do turismo religioso é por ser esta uma “atividade econômica geradora de novos postos de trabalho e renda”, melhorando a qualidade de vida da comunidade. Por uma infeliz coincidência, Sorocaba está excluída desse Guia. Não há uma sequer referência a festa ou manifestação de cunho religioso existente na cidade.
E por quê? Por falta de opção para desenvolver o turismo religioso? Não pode ser. Sorocaba possui o segundo templo, em antiguidade, dedicado a Nossa Senhora Aparecida. No bairro de Aparecidinha, onde está localizada essa igreja, há um fluxo de romarias intenso. No começo do ano, a imagem de Nossa Senhora sai do seu altar em procissão até a Catedral, onde permanece por seis meses e retorna ao bairro de origem, como nova romaria. Em novembro, dia 15, sai a Romaria da Penitência, da Catedral até a igreja de Aparecidinha. E, ainda, um domingo por mês, um grupo de romeiros realiza a mesma caminhada partindo da Avenida São Paulo. Isso sem a menor infra-estrutura (ruas de terra em péssimo estado, falta de hospedarias e atendimento médico, precário sistema de transporte, escassez de restaurantes e lanchonetes; falta de atrações outras e de exploração de artesanato religioso). Mesmo assim, o resultado é o afluxo de milhares de fiéis. O que não seria se houvesse um turismo racional e organizado? A própria comunidade seria beneficiada, pois poderia vender os mais diversos artesanatos com etiquetas indicando sua procedência: Aparecida de Sorocaba.
A segunda igreja de Nossa Senhora Aparecida do Brasil (e do mundo)! Qual maior apelo turístico do que esse?
Outro exemplo: A Festa de São Benedito, que ocorre nos primeiros dias de janeiro, na Igreja do Bom Jesus dos Aflitos. É uma das maiores festas dedicadas ao Santo Negro do Estado de São Paulo. Quem testemunha isso? A Rainha Congo de São Paulo, que no último Revelando São Paulo , comentou que a Festa de Sorocaba está entre as mais belas e concorridas homenagens a São Benedito. E a Rainha participa das principais!
E o que falar de João de Camargo, o negro milagreiro da Igreja do Bairro da Água Vermelha. Sua fama corre por todo o Brasil e já é tema do filme de Paulo Betti, Cafundó. Tanto a sua Igreja como o seu túmulo, especialmente no dia de Finados, recebem um número fabuloso de visitas de fiéis à procura de um milagre ou somente para conhecer o afamado templo. E o que se tem feito para receber (bem) esses turistas? E para divulgar esse atrativo turístico?
E a Folia de Reis da Vila Formosa? Todo ano saindo em jornada (a partir de outubro) e realizando em janeiro a Festa de Santos Reis, esse grupo folclórico-religioso cumpre a saga dos Três Reis do Oriente, que visitaram o menino Jesus logo após o seu nascimento. Fé e devoção que atrai muitos. Mas, o que se tem feito para divulgar essa manifestação com vistas ao turismo religioso?
A Menina Julieta, santinha de Sorocaba; o Monge do Ipanema; Monsenhor João Soares do Amaral... Tantos apelos para o desenvolvimento do turismo religioso em Sorocaba.
É sintomático que a pesquisa de demanda turística, comentada no início deste artigo, tenha chegado também a uma outra conclusão: Atrativos do município precisam ser melhor divulgados. E se divulgados, devem ainda merecer atenção das políticas públicas relativas ao desenvolvimento do turismo na cidade. O turista deve ser bem informado e bem atendido. Caso contrário, perderemos a chance de desenvolver outros segmentos do turismo.

Carlos Carvalho Cavalheiro.
08.11.2005.


O Turismo (possível) em Sorocaba - Parte II.

Na primeira parte deste artigo comentou-se sobre a Pesquisa de Demanda Turística de 2002 que aponta para Sorocaba a opção pelo turismo de negócios. A partir dessa conclusão da pesquisa, procurou-se ampliar o debate sobre as outras possibilidades de desenvolvimento do turismo na cidade, mencionando o descaso com que vem sendo tratado o turismo religioso.
Sorocaba possui, redundando os argumentos do artigo anterior, diversos apelos turísticos voltados a diversas manifestações religiosas, quer sejam de cunho católico, místico, espiritualista ou mesmo de crenças populares. Veja, por exemplo, o caso da Encenação da Paixão de Cristo em Vila Assis. Todo ano milhares de pessoas se reúnem para assistir a esse espetáculo de fé e dramaturgia, sendo talvez o maior espetáculo teatral a céu aberto de toda a região. Apoio, divulgação, infra-estrutura? Quase nada. No Parque Vitória Régia a Encenação da Paixão de Cristo passa por semelhantes dificuldades, se não maiores.
Entretanto, Sorocaba detém outras qualidades que poderiam angariar turistas. O folclore peculiar do Médio Tietê, região da qual Sorocaba faz parte, poderia estar sendo evidenciado e enaltecido através de Festivais, como o de Olímpia ou mesmo o Revelando São Paulo na capital.
O cururu, repente paulista encontrado somente nesta região, ao lado das Festas e Folias do Divino Espírito Santo, representa o que há de mais característico no folclore do Médio Tietê. E o folclore regional não fica só nisso: contadores de causos e mentiras, dança de São Gonçalo, catira, fandango de tamancos e de chilenas, Folia de Reis, Congadas, Folia de São Sebastião, violeiros, Caninha Verde, Recomenda das Almas, samba caipira, Cordão dos Bichos, jogo de truco, terço cantado, benzeduras, romarias e procissões... Tudo isso a região produz.
As cidades que se dispuseram a apostar na criação de festivais e encontros de folclore tiveram experiências muito gratificantes. Altinópolis, localizada na região de Ribeirão Preto, criou há algumas décadas o Encontro de Folias de Reis. A população que é de cerca de 14 a 15 mil habitantes, duplica nos dias do Encontro. A Prefeitura Municipal oferece a infra-estrutura (palcos, som, iluminação, material de divulgação...) e uma Associação realiza o evento. É certo que há um acanhado investimento em hospedarias. Porém, no geral, a festa acontece com sucesso. Em Olímpia, com o Festival de Folclore, a realidade é a mesma. Este ano a cidade realizou o seu 40º Festival. Grupos folclóricos de todos os estados brasileiros se apresentaram em Olímpia e a programação contou ainda com a realização de Seminário, de peregrinação pela cidade, gincana de brinquedos tradicionais infantis. Sorocaba é uma das poucas cidades que não participam do Festival.
Na cidade de Embu, a Prefeitura Municipal resolveu intervir na Festa de Santa Cruz, que estava em vias de extinção. Auxiliou os fiéis e ofereceu infra-estrutura. No primeiro ano da Festa foi necessário que os remanescentes de grupos de devotos de Santa Cruz se juntassem para formar um só grupo.Isso em 2001. Hoje,a cidade já conta com três grupos de adoradores de Santa Cruz. E a Festa não se resume a isso: apresentação de diversos grupos folclóricos e para-folclóricos, realização de debates, exposição.
Qual a vantagem em investir em turismo folclórico? Além do retorno financeiro o turismo voltado a festivais de folclore contribui para a valorização, conhecimento e reconhecimento da identidade cultural do brasileiro, aumentando a auto-estima dos participantes dos diversos grupos folclóricos, auxiliando assim na preservação de nossas tradições. Não fosse pelo aspecto econômico de geração de renda para o município, o investimento em turismo voltado para o folclore traz um retorno no aspecto da cidadania. Portanto, mesmo que não gerasse lucro, os festivais de folclore deveriam existir por atender às obrigações legais do Poder Público: zelar pela cultura, pela identidade cultural, pelo patrimônio imaterial e pela cidadania. Quanta vantagem, então, para o Poder Público em cumprir o seu dever e ainda obter receita para o município. Fica a pergunta: Por que não se investe nesse segmento do turismo?

Carlos Carvalho Cavalheiro.
09.11.2005.

sábado, 11 de setembro de 2010

O Espírito de Cruzada



As inconsequentes e irresponsáveis declarações do pastor Terry Jones, que ameaçou queimar exemplares do Alcorão (livro sagrado dos muçulmanos) em praça pública, como protesto pela pretensão de se contruir uma Mesquita (templo islâmico) próximo ao local do ataque ao World Trade Center em 11 de Setembro de 2001, revela apenas que ainda se usa a religião como justificativa para realizar atos de discriminação e preconceito.

É o mesmo espírito das Cruzadas que impelia os cristãos europeus a combater os muçulmanos na Terra Santa. Ocorre que nem sempre se esclarece que por trás de tais atrocidades sempre havia interesses outros que não a alardeada defesa da fé religiosa. A conquista de novas terras - escassas na Europa daqueles dias - explica com mais convicção a ânsia de combate do que apenas a questão da religião.

Após as delcarações do pastor Terry Jones, o Jornal Nacional (aquele mesmo, da Rede Globo) destacou em sua reportagem a reação do "mundo islâmico". Coincidentemente, os países apontados são os mesmos nos quais os EUA intervieram militarmente ou pretendem fazê-lo: o Afeganistão e o Irã.

Há alguns dias do anúncio da retirada das tropas estadunidenses do Iraque, o que o pastor conseguiu foi criar um clima de tensão que, se tiver maiores desdobramentos, poderá resultar na permanência e invasão dos EUA nos países citados.

Quando perseguida pelo Império Romano, a Igreja cristã sempre se portou como injustiçada. Parece que agora, para não transparecer incoerência, deveriam os cristãos repudiar as declarações do pastor Terry Jones. Em nome da convivência pacífica e contra a intolerância religiosa.



Fonte consultada (incluindo para a imagem):
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2010/09/pastor-americano-promete-queimar-o-alcorao-e-coloca-autoridades-em-alerta.html

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Revirando gavetas...

Olhando os meus arquivos antigos do computador, encontrei algumas velhas poesias minhas. Gostaria de compartilhá-las com vocês:

Um Minuto
(14/06/2000)

A fome,
Silenciosa,
Matou
O artista
Em um minuto.
Um minuto de silêncio
Para o artista.
A fome,
Silenciosa,
Matou
A criança
Em um minuto.
Um minuto de silêncio
Para a criança.
A fome,
Silenciosa,
Matou
O idealista
Em um minuto.
Um minuto de silêncio
Para o idealista.

Poesia Engajada
(25/01/2001)

A minha poesia não alcança
Os ouvidos dos oprimidos
Nem sequer é degustada
Pelo paladar dos famintos
E nem por sonho ou fantasia
É sentida pelos excluídos
A minha poesia, então, morreu
E esqueceram de enterrá-la.


INSETO VOADOR
(28.11.1998)

O inseto voador
rodeia a lâmpada elétrica
que não retribuindo
tal idolatria, causa-lhe
a morte num simples
e terno ósculo:
Beijo de Judas.
Qual sedução carrega
em si a luz?
O inseto, redivivo Ícaro,
não resiste aos encantos
da magia de Edison.
Talvez o inseto
não reconheça a morte
disfarçada em vidro
e brilho resplandecente.
Acaso eu também não tenho
feito similar papel?
Não tenho caminhado para a laje
onde serei sacrificado
como o asteca conformado?
Não estarei enfeitiçado
por algum fulgor de chamas
que consumirão minha carne?
O canto da sereia
há de encantar àqueles
que jamais temem o desconhecido,
que aceitam o desafio.
A morte... novo nascimento.
Não se tem medo da morte
se não trauma do nascimento
quando perdemos nosso corpo
chamado então de placenta
e enxergamos a luz,
novamente a tentadora luz
para qual voamos,
não obstante o medo,
tal qual o inseto voador,
tal qual o lendário Ícaro.

Carlos Carvalho Cavalheiro

A queda dos ímpios

Quando os ímpios se multiplicam, multiplicam-se as transgressões; mas os justos verão a queda deles. (Provérbios 29.16).

Nessa época de eleição, com as propagandas dos candidatos a todo o vapor, o último resquício de reflexão e senso crítico que, por ventura, ainda nos resta, toma fôlego e começamos a analisar a cena política brasileira.
Primeiro, saltam aos olhos as incongruências como as alianças espúrias que fazem - com o objetivo único de alcançar o poder - aqueles que se rotulam de "socialistas" com os rótulos gastos e rotos de latifundiários, coronelistas, apoiadores - no passado recente - da ditadura militar. Depois, nos vem o sentimento de impotência. Sem qualquer verniz de polidez ou de educação, os mesmos candidatos, com discursos ultrapassados e medíocres, entram em nossas casas e em nossas vidas de forma abrupta, enchendo as caixas de correspondências de nossas casas, sujando nossas ruas com "santinhos", jornais e panfletos; poluindo sonora e visualmente a cidade com as suas propagandas, interrompendo os poucos momento de lazer e descanso em nossos lares com programas de televisão e rádio. Isso é a democracia, dirão com exímia habilidade. Não, não é democracia. Isso é a ditadura travestida de democracia. Essa é a democracia burguesa, que interessa somente à burguesia. Caso estivéssemos vivendo numa democracia plena, o Estado esclareceria que o artigo 224 da Lei 4737 (Código Eleitoral) diz claramente que: "Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias.
§ 1º Se o Tribunal Regional na área de sua competência, deixar de cumprir o disposto neste artigo, o Procurador Regional levará o fato ao conhecimento do Procurador Geral, que providenciará junto ao Tribunal Superior para que seja marcada imediatamente nova eleição.
§ 2º Ocorrendo qualquer dos casos previstos neste capítulo o Ministério Público promoverá, imediatamente a punição dos culpados
".
Em vez disso, faz sempre propaganda pelo "voto consciente", ou seja, na escolha do melhor ou "menos pior" candidato. E o Estado - o próprio que criou o artigo acima - insiste na ideia de que votar em um dos candidatos é fazer política, é um ato de cidadania.
Política não se restringe à eleição. Política é ação. Ação daqueles que desejam realmente que o seu entorno se converta em algo novo e melhor do que se apresenta até então. É, como diria Paulo Freire, a intervenção no mundo (a favor ou contra as classes dominantes: a decisão cabe a cada um).
A política, como disse Bertold Brecht, deve-se diferir da política vigarista, pilantra, corrupta e lacaia.
O povo não precisa de alguém para lhe dizer o que é melhor; nem de mais promessas de ações inócuas, e, muito menos de discursos embolorados e de troca de acusações numa baixaria inferior apenas ao fato dos "Partidos" se acercarem de candidatos ridículos, que dizem não saber o que irão fazer se forem eleitos e que estão ali apenas para comprovar o quão carcomido é o sistema eleitoral deste país. Ou, em hipótese pior, que os tais "políticos" desprezam tanto o povo brasileiro que criaram a coragem de apresentar tamanha imundície de propaganda eleitoral (interessante, o nome propaganda sempre lembra venda de algum produto, não?). Por isso, os ímpios, aqueles que não se conduzem dentro dos parâmetros da República (conforme a etimologia, res= coisa; pública=do povo, de todos), mas ao contrário, agem sempre contra o bem comum e em favor do seu único e próprio benefício, esses se aproveitam de nossa inércia e continuam a controlar o país. Esses são os ímpios... mas a queda deles é certa!

sábado, 4 de setembro de 2010

Estou voltando...


Por que o "gerúndio" no título? É que ainda estou bastante ocupado com outras tarefas, o que tem me impedido de dar continuidade ao Blog. Mas, à guisa de retorno - aos poucos - resolvi fazer esta postagem. Como o meu retorno ao blog é um processo em andamento, resolvi colocar o verbo voltar no gerúndio, dando a impressão de movimento, de processo mesmo.
Assim, tenham um pouco de paciência. Eu volto, definitivamente. Até lá, estou voltando...

Recebi da amiga Beleni Grando, professora da UNEMAT a mensagem abaixo, que compartilho com vocês. Bom final de semana e feriado prolongado.


---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Beleni Grando
Data: 1 de setembro de 2010 21:38
Assunto: Seminário Indígena em Cuiabá - Inscrições de trabalhos
Para:

Olá Colegas,

Em virtude das demandas específicas dos trabalhos recebidos para comunicações orais indígenas no nosso evento III Simpósio de Cultura Corporal e Povos Indígenas “Jogos Indígenas: saúde e educação intercultural” & Seminário Práticas Corporais e Educação Intercultural: Jogos dos Povos Indígenas do Brasil, que se realizará nos dias 9, 10 e 11 de Setembro próximo, em Cuiabá-MT, no Campus da UFMT, encaminhamos, professora Letícia da SEDUC/MT, Maria Beatriz Ferreira da Unicamp e eu, Beleni Grando da UNEMAT, a mudança das normas de recebimento de trabalhos para o evento, considerando que estaremos organizando diferentes formas de publicações: http://www.unemat.br/eventos/seminarioindigena/downloads/iii_sem_indigena_frente_folder_.jpg

1. vamos publicar um Caderno de Resumo - com todos os resumos dos trabalhos que serão apresentados da temática do evento e os resumos dos minicursos e oficinas que acontecerão, junto com a programação geral
Resumo: O resumo deve conter a indicação do tema, introdução, objetivos, metodologia, resultados e conclusão. O resumo do trabalho deve apresentar de 250 a 500 palavras; fonte Times New Roman; tamanho 12; espaçamento simples; sem parágrafo, contendo ao final 3 palavras-chave. Incluir no resumo somente texto.

2. após as apresentações dos trabalhos, estaremos convidado os melhores trabalhos para compor uma publicação em livro, dando um prazo maior para que os autores possam escrever melhor seus textos completos.

Assim, decidimos que até o dia 05, conforme previmos o prazo de inscrições, vamos receber trabalhos dos inscritos para apresentação, no dia 6 vamos fechar a avaliação para no dia 9 entregarmos os Cadernos de Resumos aos inscritos no evento, a fim de que possam acompanhar toda a programação. http://www.unemat.br/eventos/seminarioindigena/?link=programacao

Para mais informações sobre o nosso evento, acesse o site: www.unemat.br/pesquisa/coeduc - no link III Seminário Indígena, lá poderá encontrar a programação assim como as demais informações sobre as temáticas em debate, espaços e formas de apresentações (mesmo os vídeos e fotografias devem ser apresentados em formato de resumo, para orientar os participantes sobre o conteúdo e objetivo dos mesmos).

Divulguem por favor aos demais colegas que estudam ou orientam a temática do evento.

Abraços,
Beleni

Condições gerais:

1. Estar inscrito no evento ou ser convidado pela comissão organizadora;

2. Cada autor poderá inscrever, no máximo, dois trabalhos, seja na condição de autor ou de co-autor;

3. Em caso de trabalhos em co-autoria, os co-autores devem também se inscrever e efetuar o pagamento da inscrição.

4. A taxa de pagamento da inscrição não será devolvida.

5. Os resumos e os textos completos aprovados pela comissão científica serão publicados em formato de Resumo para o evento, e posteriormente, aprovados os textos completos, uma publicação em formato de livro.

Resumo: O resumo deve conter a indicação do tema, introdução, objetivos, metodologia, resultados e conclusão. O resumo do trabalho deve apresentar de 250 a 500 palavras; fonte Times New Roman; tamanho 12; espaçamento simples; sem parágrafo, contendo ao final 3 palavras-chave. Incluir no resumo somente texto.

Grupo de Trabalho Temático:
GTT 1 - Saúde e Esporte Indígena – Dr. Itamar Adriano Tagliari (Unicentro);
Dra. Maria Beatriz Rocha Ferreira (Unicamp).
GTT 2 - Educação Escolar Indígena e Formação de Professores – Dra. Joelma
Parente Alencar (UEPA); Dra. Marina Vinha (UGD).
GTT 3 - Educação Intercultural na Escola e a Lei 11.645/08 (temática indígena)– Dra. Artemis
Soares (UFAM); Dra. Maria do Socorro Craveiro (UFAC).
GTT 4 - Educação e Criança Indígena – Dra. Beleni Saléte Grando (UNEMAT);
Ms. Fátima Resende (SEDUC/MT).
--
Professora Dra. Beleni Grando
NEPE - Mestrado em Educação
Campus Regional de Cáceres
Cavalhada II - Cáceres-MT - 78.200-000
Telefax(65) 32210519 - 8115-9676
www.cbce.org.br
http://www.unemat.br/pesquisa/coeduc/
"Ajustemos o foco da nossa mente ao aspecto alegre da vida" (Masanobu Taniguchi)

Professora Dra. Beleni Grando
NEPE - Mestrado em Educação
Campus Regional de Cáceres
Cavalhada II - Cáceres-MT - 78.200-000
Telefax(65) 32210519 - 8115-9676
www.cbce.org.br
http://www.unemat.br/pesquisa/coeduc/
"Ajustemos o foco da nossa mente ao aspecto alegre da vida" (Masanobu Taniguchi)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Comunicação Não-Violenta abre o diálogo para a resolução de conflitos

O amigo Juliano Sanches, de Campinas, com quem escrevi um livro ("O que é Folia de Reis"), enviou uma mensagem sobre a Unipaz e a não-violência. Reproduzo, abaixo, a mensagem do Juliano:

Comunicação Não-Violenta abre o diálogo para a resolução de conflitos

A Unipaz – Campinas tem um encontro marcado com quem quer ter excelência nos relacionamentos

A CNV (Comunicação Não-Violenta), desenvolvida pelo psicólogo norte-americano, Marshall Rosenberg, atua na promoção de parcerias e meios de cooperação. A proposta tem por fim incentivar a empatia por meio da comunicação. É uma comunicação com ênfase nos valores universais. É dar novos significados ao diálogo e, consequentemente, mudar e melhorar a convivência, de modo a apaziguar e gerar harmonia. Tem por modelo ético o não-estabelecimento de rótulos entre as pessoas e a não-dominação. Coloca em posição de igualdade os interlocutores. Em 2009, o aluno de Marshall Rosenberg, Dominic Barter, foi convidado pela Unipaz - Campinas (Universidade Internacional da Paz Campinas) (localizada no Instituto Campineiro dos Cegos Trabalhadores, Washington Luiz, 570, no Jardim Leonor, 3201-0128, www.unipaz.net) para realizar o Seminário sobre Comunicação Não-Violenta, durante o Curso de Formação Holística de Base. E Dominic Barter desenvolve formações em CNV em vários países. A partir do Seminário, o alemão residente no Brasil, Sven Fröhlich-Archangelo, que participou da formação, criou o projeto de Grupo de Estudos e Práticas de CNV, de modo a facilitar o aprendizado sobre o tema. O próximo encontro vai ocorrer em 15 de julho. Desde abril de 2010, os encontros despertam o interesse de pessoas de várias cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas) e de todo o Estado, como Ribeirão Preto, São Paulo, Jundiaí. São dois encontros por mês e ocorrem a partir das 19h.
No mundo globalizado, a interatividade da informação deu espaço para empresas ágeis, que se atualizam constantemente. É fato que o profissional, a clínica, a instituição educacional e a empresa que estagnam não chegam aonde querem. Por outro lado, as instituições e os profissionais que optam pela educação continuada possibilitam o enriquecimento do repertório cultural, profissional e intelectual. E, assim, as equipes de vendas e gestão, por exemplo, aprendem a lidar, com eficácia, com o cliente, a ponto de conhecê-lo e entender até suas particularidades. Isto é Unipaz – chegar aonde você quer. E o Grupo de Estudos e Práticas de Comunicação Não-Violenta, por sua vez, vem ao encontro da proposta de expandir a resolutividade das relações sociais e de chegar aonde você quer, numa dinâmica assertiva, em que se torna uma opção eficaz de educação continuada, capaz de suprir os déficits de várias áreas de atuação, sejam clínicas, educacionais ou de gestão.
O Grupo de Estudos e Práticas de Comunicação Não-Violenta é direcionado para educadores, facilitadores, terapeutas, profissionais de saúde, líderes comunitários, agentes sociais do Terceiro Setor, gestores, profissionais da área de negócios, empreendedores sociais e todas as pessoas interessadas em autodesenvolvimento, autoconhecimento e celebração da paz. A entrada é de graça. É importante confirmar a presença pelo e-mail campinas@unipaz.net ou pelo telefone 3201-0128.

Mais informações com o assessor de imprensa, Juliano Sanches, pelos telefones 3276-0654, 9163-9214. E-mail: julianoluis@ig.com.br

domingo, 11 de julho de 2010

O Saci vive na roça?

Se Saci vive na roça?

Isso é fáci respondê

Na cidade, faz troça

no sertão, cavalo corrê

é perarta em quarqué lugá

o tar do Saci-Pererê...



Carlos Carvalho Cavalheiro
11/07/2010.

Acessem o site: www.crearte.com.br/saci.htm para saber mais sobre o Saci (e, também, enviar as suas histórias, poesias ou desenhos sobre esse peralta).

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas



Recebi, através de e-mail, a comunicação abaixo:

Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas



Publicação foi traduzida para o Guarani e será lançada, hoje (dia 01/07/2010), no Mato Grosso do Sul.

Será realizado nesta quinta-feira, dia 1º de julho, o lançamento da primeira Cartilha Ilustrada da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas. A Cartilha, cuja ilustração foi produzida a partir de um concurso, aberto à participação dos países do Mercosul e realizado dentro do projeto cultural Ava Marandu - Os Guarani convidam, foi editada em guarani, português e espanhol. O Projeto Ava foi realizado de janeiro a junho deste ano e teve a participação direta de sete aldeias Guarani do Mato Grosso do Sul.
Além do lançamento da Cartilha, a cerimônia, que será realizada na sede do Pontão Guaicuru, terá ainda a premiação dos vencedores dos concursos de Redação, Poesia, História em Quadrinhos e Desenho - Cultura e Direitos Humanos dos Povos Guarani, também realizados no âmbito do Projeto Ava Marandu, e do vencedor do Concurso de Ilustração da Cartilha da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas. A Cartilha foi traduzida para o Guarani pela equipe de professores da aldeia Te’ýikue formada por Eliel Benites, Edson Alencar, Cajetano Vera e Lídio Cavanha Ramires.
“Além de contribuir significativamente para a divulgação da Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, esta publicação, também na língua Guarani, oferece ao povo desta etnia uma ferramenta que poderá ser utilizada nas escolas indígenas, permitindo a apropriação do conteúdo da declaração, e contribuindo para o fortalecimento desta que é uma das línguas mais faladas no Brasil, e uma das línguas oficiais do Mercosul”, afirmou o ministro da Cultura, Juca Ferreira, ao comentar a importância da publicação do documento.
O Pontão Cultural Guaicuru justifica no texto de apresentação da Cartilha que “a primeira tradução do texto da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas para a língua Guarani kaiowá é uma conquista do Projeto Ava Marandu e ajudará crianças, jovens, adultos e idosos da etnia a conhecer e lutar para fazer valer os direitos humanos e o respeito ao universo indígena”.
A Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas foi adotada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em 13 de setembro de 2007. De acordo com o Diretor do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC), Giancarlo Summa, ela é um instrumento para ser usado na luta dos povos indígenas do mundo inteiro pela afirmação de seus direitos. “É importante que a Declaração se torne cada vez mais conhecida e difundida e seja traduzida no maior número possível de línguas indígenas”, lembrou Summa.
“Conhecer nossos direitos, na nossa própria língua, é o primeiro passo para que esses direitos sejam efetivamente respeitados. A tradução para o Guarani da Declaração, realizada no âmbito do projeto Ava Marandu, é de extrema relevância, prática e simbólica, e merece o reconhecimento, e o agradecimento, de todos”, completou o diretor do UNIC.

O Pontão de Cultura Guaicuru fica na Rua Treze de Maio, 727, Vila Santa Dorothéia, em Campo Grande - MS.
(Heli Espíndola/Comunicação/SID)

Comunicação SID/MinC
Telefone: (61) 2024-2379 (61) 2024-2379
E-mail: identidadecultural@cultura.gov.br
Acesse: www.cultura.gov.br/sid
Nosso Blog: blogs.cultura.gov.br/diversidade_cultural
Nosso Twitter: twitter.com/diversidademinc

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Semana das Nordestinidades em Sorocaba





Sempre apoiei a iniciativa dos amigos Selma e Alexandre Araújo na construção do Centro de Cultura e Tradições Nordestinas de Sorocaba (CCTN), desde a época em que fundaram a "Folha Nordestina" (jornal que hoje, parece-me, está sob outra direção). Acreditava - e ainda acredito - que a cidade de Sorocaba é a soma, num enorme caldeirão, de culturas e de pessoas. Assim foi no passado, onde nas Feiras de Muares reuniam-se estrangeiros e brasileiros de todas as paragens. Lembro-me de ter lido em algum livro do Aluísio de Almeida que a presença de baianos nessas feiras era tamanha que o padre historiador chegou a duvidar da veracidade dos relatos, até poder prová-los através de farta documentação.
Vejo com intensa alegria o sonho do CCTN se consolidar e se cristalizar na realização de eventos anuais que são, nada mais e nada menos, do que a comunhão desse povo que se liga através de semelhanças culturais, criando a identidade que os amalgama em terras estranhas: são nordestinos! Baianos, pernambucanos, alagoanos, paraibanos, sergipanos, cearenses... Não importa a procedência, ou seja, de qual Estado da nação vieram. São todos, aqui, nordestinos.
Recebi a mensagem da Selma Araújo convidando para a Semana das Nordestinidades. Repasso a vocês:

Participe do maior evento cultural de Sorocaba

De 01 a 04 de julho de 2010 acontecerá em Sorocaba, na sede da associação CCTN- Centro Cultural de Tradições Nordestinas, uma grande festa: “O Dia Municipal do Nordestino e a Semana da Nordestinidade”.

A homenagem trará para a cidade toda a alegria e diversidade de centenas de diferentes costumes e tradições trazidas pelo povo proveniente do multicultural Nordeste brasileiro.
Para o CCTN, essa justa homenagem trará uma excelente oportunidade para que o povo nordestino reencontre suas raízes.
A idealização de tornar projeto de lei e fazer parte do calendário anual da cidade como uma das festas anuais para difundir e promover a cultura nordestina é do vereador nordestino Luís Santos, que acredita que o município de Sorocaba concentra uma grande população de nordestinos fora de suas terras natais.
O evento tem como iniciativa divulgar e promover a cultura nordestina através de vídeos, palestras, documentários, teatro, literatura de cordel, música, dança, gastronomia, artesanato, de modo a promover a interação entre os participantes e assim possibilitando à comunidade nordestina e ao público em geral um mergulho nas suas raízes culturais, o que contribuirá para um maior aprofundamento da compreensão da formação da identidade nordestina.
A realização do evento é do CCTN, com o apoio da Prefeitura Municipal de Sorocaba e da Secretaria de Cultura.
Esse evento, que promoverá a cultura nordestina e equilibra conscientização com celebração, acontecerá nos dias 01 a 04 de julho na Avenida Itavuvu, 4.600, na sede da associação CCTN.

Tragam seus berimbaus, tambores, violões, bandeiras, saias rodadas, poemas e poesias e vamos festejar com muita paz, harmonia, união, respeito e orgulho de ser nordestino.

Caravana do Cordel

A Caravana do Cordel é um projeto coletivo, construído por poetas nordestinos radicados em São Paulo. O grupo, formado além de poetas, artistas plásticos, músicos e pesquisadores, vem alcançando grande sucesso em suas reuniões mensais por vários espaços culturais e nos eventos realizados em São Paulo e no entorno da capital, mantendo viva a tradição itinerante da poesia.
É um movimento-escola cujo objetivo é propagar o cordel e formar seguidores dessa arte centenária nascida no Nordeste brasileiro.

Aderaldo Luciano é poeta, doutor em Literatura, palestrante e músico.

Nando Poeta autor de vários cordéis, professor engajado nas causas sociais.

Moreira de Acopiara poeta e declamador, autor de vários cordéis.

Varneci Nascimento, poeta, autor de vários cordéis e palestrante.

Veja a programação para apresentações no Centro Cultural de Tradições Nordestinas de Sorocaba na Semana da Nordestinidade:

Palestras sobre cordel intituladas:

01/07 ás 18:00h - Marca identitária do Nordeste por Aderaldo

02/07 às 14:00h - Cordel gracejo e política: Nando Poeta e Varneci Nascimento

03/07 às 11:00h - Recital (com os poetas presentes)

Lançamentos de cordéis: A arte de Lutar de Nando Poeta; João Grilo o Presepeiro no Palácio de Pedro Monteiro; História das Copas do Mundo em Cordel (Autores da Caravana do cordel); Rosinha e Alemão de Moreira de Acopiara.

domingo, 27 de junho de 2010

Depois de três anos... saiu o livro "Vadios e Imorais"

Escrito em 2007, o livro "Vadios e Imorais - Preconceito e Discriminação em Sorocaba e Médio Tietê", de autoria de Carlos Carvalho Cavalheiro, acabou de ser publicado pela Crearte Editora. O livro conta sobre a situação do negro em Sorocaba e região após a Abolição, com toda a perseguição institucional sofrida pelos ex-escravos, os quais foram vítimas de recrutamentos forçados e de perseguição policial numa guerra à vadiagem.
Naquela época, após 1888, a imprensa costumava insinuar que o aumento de vadios pelas cidades se dava pela libertação dos escravos. Ou seja, segundo as elites, os negros libertos tendiam à vadiagem.
Esse pensamento era comum na sociedade escravocrata, a qual, como forma de justificar a própria instituição escravista, dizia que a escravidão era um benefício para os negros, eis que não estavam preparados para viver em sociedade como homens livres. No romance estadunidense "A Cabana do Pai Thomaz", há uma citação nesse sentido que diz "Quando o negro está sob a tutela do amo comporta-se convenientemente, mas, logo que o libertam, torna-se preguiçoso, incapaz e bêbado. A liberdade não é benefício para eles".
Além do preconceito, da perseguição e discriminação aos negros, o livro trata, também, da busca de uma territorialidade negra através da liderança de João de Camargo (o famoso taumaturgo) na Água Vermelha.
A tiragem do livro é reduzida: apenas cem exemplares para comercialização. A produção desse livro teve o patrocínio da empresa paulistana Canhedo Beppu, Engenheiros Associados.
"Vadios e Imorais" conta com prefácio de Ademir Barros dos Santos, pesquisador de negritudes e mestrando em História Social pela USP.
O livro pode ser encontrado nas Livrarias Pedagógica (Tel.: 15 - 4009-2000) e Livraria Nacional (Tel: 15 - 3231 0508).

sábado, 19 de junho de 2010

COMUNIDADES TRADICIONAIS DO MUNICÍPIO DE IPORANGA

O amigo Cido Garoto, exímio cantador de cururu (desafio paulista do Médio Tietê), enviou a mensagem que repasso abaixo:


COMUNIDADES TRADICIONAIS DO MUNICÍPIO DE IPORANGA - PROSA NA SERRA

EAACONE - EQUIPE DE ARTICULAÇÃO E ASSESSORIA ÀS COMUNIDADES NEGRAS – VALE DO RIBEIRA/SP

C O N V I D A


DIA: 23 junho de 2010

HORÁRIO: 14:00 horas

LOCAL: Assembléia Legislativa de São Paulo – Capital

Acontecerá a AUDIÊNCIA PÚBLICA das Comunidades Tradicionais do Município de Iporanga – Vale do Ribeira/SP, que se encontram num total abandono pelo poder público local e estadual.
Os moradores dessas Comunidades há séculos vivem na região. Foram eles que preservaram até os dias de hoje a biodiversidade regional. Hoje pagam o preço pela preservação, pois não podem fazer uso da terra nem para própria sobrevivência. Estão ameaçados, pressionados e abandonados. Não há estrada, as escolas rurais estão fechando, o atendimento a saúde é precaríssimo, o incentivo para agricultura familiar não existe, as leis ambientais não respeitam suas tradições, os projetos do agronegócio, como plantação de pinus e eucalípto continuam avançando.
As Comunidades de Iporanga contam com seu apoio e de sua Entidade.

Compareça na dia 23/06/2010 – às 14:00 horas – na Assembléia Legislativa de São Paulo – Av. Pedro Álvares Cabral, 201 – Parque Ibirapuera – São Paulo – Capital.

INFORMAÇÕES

EAACONE: (13) 3871-1877 (13) 3871-1877 E-mail: eaacone@bol.com.br

PROSA NA SERRA: (15) 3556-1521 (15) 3556-1521 e 9747- E-mail: prosanaserra@gmail.com

Contamos com sua presença e desde já agradecemos.

Eldorado, 16 de junho de 2010

Comunidades Tradicionais dos Município de Iporanga


sexta-feira, 18 de junho de 2010

Prêmio para cultura Hip Hop

Recebi hoje o seguinte mensagem, por e-mail, e resolvi repassá-la:
Cultura Hip Hop
Prêmio contemplará ações do Hip Hop que incorporem outras expressões artísticas
O Prêmio Cultura Hip Hop 2010 - Edição Preto Ghóez valorizará iniciativas que incorporem, associem e incentivem o intercâmbio de outras formas artísticas com a cultura Hip Hop. Os interessados em participar do concurso, cujas inscrições estarão abertas até o dia 12 de julho de 2010, e que desenvolvam projetos culturais do Hip Hop com estas características, poderão se inscrever na categoria Conexões do Edital.

A Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC) criou um sistema de Dúvidas mais Freqüentes para esclarecer as principais dúvidas dos interessados, que também poderão conferir no site da SID (www.cultura. gov.br/sid) uma série de matérias sobre as categorias a serem premiadas.

O concurso distribuirá R$ 1,7 milhão em prêmios e serão contempladas 135 iniciativas de pessoas físicas, instituições e grupos informais nas seguintes categorias: Reconhecimento, Escola de Rua, Correria, Conhecimento (5º elemento) e Conexões.

Nesta edição, será abordada a categoria Conexões que tem como objetivo premiar iniciativas que promovam o intercâmbio de outras formas artísticas com a cultura Hip Hop. Serão 35 premiados nesta categoria, sendo sete para cada macrorregião do país.

Conexões

No caso dessa categoria, a associação mais comum da cultura Hip Hop no Brasil se dá com as expressões culturais afrodescendentes. Como exemplo de iniciativas culturais da categoria Conexões, temos grupos musicais como o Z’África Brasil, que tem como característica o forte apelo da cultura afro em suas letras; grafiteiros como Speto, que mistura o graffiti com a xilogravura; crews de dançarinos como o grupo Discípulos do Ritmo que mistura novos conceitos com as danças do Hip Hop; e DJs como KL Jay que, além de tocar, organiza festas e campeonatos.

O Hip Hop surgiu no Brasil nas décadas de 70/80 reunindo os quatro segmentos centrais da arte: o Breaking (dança de rua), o Graffiti (artes plásticas), o MC (mestre de cerimônias, ou, rapper), e o DJ (Disck Joquei). Mas outras expressões como o Beat Box (músico que faz o som dos instrumentos com a boca) e até os esportes como o skate e, principalmente o basquete de rua, se incorporaram nessa cultura de rua.

O Prêmio Cultura Hip Hop 2010 - Edição Preto Ghóez é uma realização das Secretarias da Identidade e da Diversidade Cultural (SID) e de Cidadania Cultural (SCC) do Ministério da Cultura, em parceria com o instituto Empreender e com a Ação Educativa.

Participe!

(Heli Espíndola-Comunicaçã o/SID)



Comunicação SID/MinC

Telefone: (61) 2024-2379

E-mail: identidadecultural@ cultura.gov. br

Acesse: www.cultura. gov.br/sid

Nosso Blog: blogs.cultura. gov.br/diversida de_cultural

Nosso Twitter: twitter.com/ diversidademinc


quinta-feira, 17 de junho de 2010

6ª Semana do Escritor de Sorocaba




Semana do Escritor e do Livro de Sorocaba está com inscrições abertas


Escritores interessados podem participar gratuitamente



A 6ª Semana do Escritor e do Livro de Sorocaba, que será realizada de 24 a 28 de agosto, já deu início a sua programação e está recebendo inscrições para lançamentos, relançamentos e exposição de obras.



Neste ano, diferente de anos anteriores, os interessados poderão expor e lançar seus livros sem a necessidade de pagar a taxa de inscrição.



As inscrições para obras vão até o dia 13 de agosto, os interessados devem enviar a ficha de inscrição (link Ficha Inscrição) para e-mail contato@semanadoescritor.com.br



A organização do evento também está recebendo inscrições de palestrantes e grupos artísticos (teatro, música, dança, entre outros). Os interessados em participar da programação podem entrar em contato com a comissão organizadora para agendar a data e o horário da apresentação.



O tradicional evento literário que é ponto de encontro para a troca de conhecimento oferecerá livros a preços especiais e ainda a possibilidade dos leitores adquirirem exemplares autografados nas tardes e noites de autógrafos junto aos seus autores preferidos.



A Fundação de Desenvolvimento Cultural – FUNDEC será, como em anos anteriores, palco dessa grande festa literária, com entrada gratuita ao público.



A 6ª Semana do Escritor de Sorocaba conta com o apoio da Prefeitura Municipal por meio da Secretaria da Cultura – Secult, em parceria possibilitada por meio de lei que inclui a Semana do Livro e dos Escritores no calendário oficial do município e também com o apoio da Fundação de Desenvolvimento Cultural – FUNDEC.





Serviço:

6ª Semana do Escritor e do Livro de Sorocaba

Data: 24 a 28 de agosto de 2010

Horário: das 14h às 22h com entrada gratuita

Local: FUNDEC - Rua Brigadeiro Tobias, 73 Sorocaba/SP.





Comissão Organizadora

Cintian Moraes e Sonia Orsiolli

Contatos: (15) 3228.6209 ou (15) 8119.2476

Fonte: http://www.semanadoescritor.com.br/index.htm

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Vadios e Imorais

Há alguns anos eu pesquiso sobre assuntos relacionados à negritude e à história dos negros em Sorocaba e Médio Tietê. Como resultado desses estudos, publiquei em 2006 o livro "Scenas da Escravidão" e, no ano seguinte, o cordel "A História do Preto Pio e a fuga de escravos de Capivari, Porto Feliz e Sorocaba".
Agora, tenho a satisfação de informar que "está no prelo" (como se dizia há alguns anos) o meu mais recente trabalho: "Vadios e Imorais: Preconceito e discriminação em Sorocaba e Médio Tietê". Publicado pela Editora Crearte, teve como apoio cultural a empresa Canhedo Beppu - Engenheiros Associados Ltda., de São Paulo.
Vadios e Imorais tece considerações sobre a situação do negro após a Abolição, especialmente na cidade de Sorocaba e na região do Médio Tietê (o nosso Mississipi Paulista). Analisando a documentação referente ao final do século XIX e início do século XX verifiquei a existência de uma sistemática perseguição promovida contra tudo o que se relacionasse com os negros, como a emissão de Posturas Municipais proibindo boa parte das manifestações de origem afrobrasileira. Em contrapartida, os negros desenvolveram estratégias de defesa de uma territorialidade e de expansão das relações sociais e de espaço de ação política.
Contudo, ainda ficou latente a ideia de que o negro não estava moralmente preparado para a vida em liberdade e, por isso, fugia do trabalho. Por essa forma de pensar, promoveu-se uma perseguição aos negros através de uma "guerra à vadiagem" (procurando associar essa prática com a ocorrência da liberdade dos escravos) e, depois, o recrutamento forçado.
O livro deverá estar nas prateleiras das livrarias ainda neste mês de junho. A tiragem é limitadíssima e terão apenas cem exemplares para venda.
O objetivo do livro é despertar o interesse de novos pesquisadores sobre o assunto, o que deverá contribuir para o desenvolvimento de consciências e de posturas de combate ao preconceito e ao etnocentrismo.
O livro conta ainda com um excelente prefácio de Ademir Barros dos Santos.

domingo, 16 de maio de 2010

Galáxia

Olho de vidro, bola de gude
Os dedos de pequenas mãos
Desenham o perfeito rascunho
De uma galáxia no chão

O destino das bolas de vidro
Nos pequerruchos deuses ou não
A dança desengonçada se desenvolve
No rodopiar sem qualquer direção

E o destino que há de vir
A advir a toda simples razão
Não brinca nesse espaço
Nessa galáxia em gestação

De colorido o brilho vidro
Vidrados meus olhos estão
Ao ver que as bolas planetas
Obedecem à rítmica formação

Imposta por mãos inocentes
De crianças de pés no chão
Com a cabeça, talvez na lua
Mas com Deus perto do coração.
Carlos Carvalho Cavalheiro
09.03.2009.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Programação no Centro de Cultura Social de São Paulo


Programação dos próximos dias do Centro de Cultura Social de São Paulo (CCS). Confiram:





CENTRO DE CULTURA SOCIAL

convida

.

Oficina

Libertária 2010:
12/05/10

quarta-feira

19:00
Proudhon e Foucault, por uma “filosofia relacional”
Palestra:

15/05/10

sábado

15:00

Preconceito e Política na Construção da Memória do 13 de Maio
Profa. Dra. Anna Gicelle Garcia Alaniz



(des)encontros anárquicos de literatura
Leia o livro...

traga uma bebida...


15/05/10

sábado

as 20h
“Lavoura Arcaica”

de Raduan Nassar
cinema & anarquia


16/05/10

domingo

as 19h
“Lavoura Arcaica”

direção de Luiz

Fernando Carvalho (Brasil, 2001).

Realização:

Centro de Cultura Social de São Paulo

Rua Gal. Jardim n.º 253 – sala 22 (metrô República)



www.ccssp.org

ccssp@ccssp.org

O Treze de Maio


Amanhã será dia 13 de Maio... Há 122 anos a escravidão era legalmente condenada no Brasil. A sonhada - e conseguida através de muita luta - Abolição ocorrera.

Estranhei, de certa forma, que os 120 anos dessa data (ocorridos em 2008) passassem praticamente despercebidos. Não finjo aqui desconhecer a preferência pela data do 20 de Novembro (data da morte de Zumbi e, atualmente, da Consciência Negra), mas acho que, de certa forma, empobrecemos quando nos esquecemos do 13 de Maio.

Lembro-me até que foi no Centenário dessa data (em 1988) que o movimento pela Consciência Negra ganhou destaque, força e a atenção da mídia. Diversos livros sobre a negritude foram publicados naquele ano. A televisão veiculou uma minissérie como o nome "Abolição". Os jornais divulgaram maciçamente informações, artigos, debates sobre a história do negro e a cultura afrobrasileira.

As datas, assim como qualquer valor simbólico, é construído historica e socialmente. Portanto, penso, não se trata de descartar a data - no caso, o Treze de Maio - e sim reelaborar e dar novo sentido a uma nova construção simbólica. Recuperar nos vestígios do passado, as lutas e a resistência negra que permitiram a assinatura da Lei Áurea. Essa Lei não foi uma benesse da Princesa Isabel - como a versão da História Oficial nos conta - mas sim, o reconhecimento do governo imperial de que a escravidão era uma instituição falida e insustentável (graças à luta do povo negro, especialmente nos últimos anos).

Não me lembro quem disse que se não fosse a luta dos caifazes (abolicionistas de São Paulo) aliados aos escravos que se recusavam a permanecer presos nas senzalas (e, por isso, fugiam), a escravidão no Brasil perduraria muitos anos além.

Portanto, o Treze de Maio não é uma data em que se comemora a atitude unilateral do governo imperial na Abolição. É, antes de tudo, o resultado final da luta do próprio escravo pela sua emancipação.

Assim foi a luta de Preto Pio que liderando centenas de escravos, fugiu das senzalas de Capivari rumo ao Quilombo do Jabaquara (Santos) em outubro de 1887.

Um viva ao Preto Pio!

122 anos da Sociedade 13 de Maio


Recebi, por e-mail, da Brenda Maria o convite abaixo com a programação do evento em homenagem aos 122 anos da Sociedade 13 de Maio, de Curitiba.




Sociedade Treze de Maio

Cultura e alegria como ato de resistência

13 de Maio de 2010 . 122 anos de Memória



É com muita alegria que convidamos a todos para comemorar 122 anos da tradicional Sociedade Treze de Maio.

Comemorar mais de um século de existência não é tarefa fácil para nenhum espaço cultural.

Ainda mais quando o trabalho de existir faz-se do ato de resistir. Sobreviver às pressões sociais,

ao abandono da História e ao pouco caso do poder público com alegria é construir uma vida com garra.

E é assim que a Sociedade Treze de Maio comemora mais um ano de brava luta

para manter abertas suas portas: celebrando sua memória.



PROGRAMAÇÃO

LARGO DA ORDEM

17h . Missa na Igreja do Rosário (Largo da Ordem) 18h . Associação Capoeira Angola Dobrada

19h . Arrastão de Maracatu (da Igreja para a Sociedade)



NA SOCIEDADE

19h . Abertura da Casa

20h . Mestre Sapo e Capoeira Nação (capoeira, maculelê, samba de roda)

20h55 . Combinado Silva Só (Samba de Raiz)

21h20 . Os Encantados (Samba de Terreiro)

22h15. Sessão Solene com Coquetel

22h50 . Mestre Maé e seus Batuqueiros

0h10 . Espinho na Roseira (Forró)

2h . Jam Session (Encerramento com os músicos da Casa com Samba,

Marchinhas, Ciranda, Forró...)



Nos intervalos . Discotecário Bob



*** TRAJE: Fino ou esporte fino Programação sujeita à alterações.

Na Sociedade, a partir das 19h, será cobrado ingresso

no valor de R$ 20,00 e R$ 15,00 (com flyer) ***



PRODUÇÃO

Os Caprichos de Maria

www.oscaprichosdema ria.blogspot. com



APOIO CULTURAL

Maracatu Estrela do Sul Voa Voa Maracatu Brincante Mestre Maé e seus Batuqueiros Téo Arruda

Ricardo Salmazo Capoeira Nação Tabuleiro . Flávia Alves Yuppie! Produções

Areia Branca Caroline Lipca . Assessoria de Imprensa NEAB

Santa Produção! Miriane Figueira . fotografia Verdura Produções



SOCIEDADE TREZE DE Maio

R. Clotário Portugal, 274 – S. Francisco

sábado, 1 de maio de 2010

Assim seja

Magos e os persas e partos
Todos carregam a espada que enseja
A conquista, o destino e a sina
e a oração de que assim seja.
Ainda que de profecias viva o mundo,
arda os olhos de quem preveja
a destruição antes da vingança
a vingança que o pobre sempre almeja.
a língua feroz e maledicente
ainda assim roça e beija
e os ciganos dançam à noite
em torno da fogueira que lampeja.
Peregrino, de vela na mão
constrói o mundo que ele deseja:
apaga a vela, vai-se a luz
e ainda assim há quem veja
a vergonha de quem se corrompe
e a ruína de quem a morte planeja
Porém nova canção se ouve,
novo dobrar do sino da Igreja.

Carlos Carvalho Cavalheiro
19/04/2010

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Primeiro de Maio em Sorocaba


A LUTA PELA JORNADA DE OITO HORAS E O PRIMEIRO DE MAIO.

Não é recente a luta dos operários pela jornada de oito horas de trabalho diárias. Na América do Norte, o movimento operário pela redução da jornada de trabalho já registrava eventos desde o início do século XIX (1). A tragédia de Chicago, que culminou na condenação à morte de um grupo de anarquistas, teve como ponto culminante a greve iniciada em 1º de maio de 1886 pela jornada de oito horas (2).
Por sinal, esse fato deu início à mobilização mundial pela redução da jornada de trabalho, transformando o Primeiro de Maio em data de combate e de reflexão. Desse modo essa data, o “1º de maio está intimamente ligado ao empenho para a redução do horário de trabalho” (3).
Contribuiu para isso as resoluções votadas no Congresso socialista de Paris de 1889 que “decidiu sobre a mobilização internacional do 1º de maio” (4).
No Brasil, a luta pela redução da jornada de trabalho caminha a passos lentos em fins do século XIX, tendo em vista as características do país que ainda guardava ranços da recém abolida instituição da escravidão e que apenas ensaiava uma incipiente industrialização. Por outro lado, em 15 de junho de 1890, realizou-se, em São Paulo, uma reunião para fundação de um partido operário que trazia em seu programa a fixação de oito horas de trabalho. Essa pode ser considerada “a primeira expressão do movimento dos trabalhadores pelas oito horas” (5).
Logo a seguir, um grupo de ativistas mobilizou-se para comemorar o dia 1º de Maio como o Dia do Trabalhador em São Paulo.



Em uma reunião de socialistas e anarquistas em abril de 1894, em São Paulo, a qual pomposamente denominam de Segunda Conferência dos Socialistas Brasileiros, decidem comemorar o 1º de maio. Infelizmente nada puderam fazer naquele ano, porque a polícia interrompe a reunião e os leva presos (6).



É provável que, em Santos, tenha se dado a primeira manifestação comemorativa ao 1º de Maio, por iniciativa do Centro Socialista fundado por Silvério Fontes e outros (7).
Em Sorocaba, o dia Primeiro de Maio já era comemorado desde o início do século XX, pelo menos. Antes, no dia 23 de abril de 1894, segundo o Relatório do chefe de Polícia, foram presos Alexandre Levy e Angelo Belcote, “que affixavam nas ruas e praças d’aquella cidade, boletins sediciosos e anarchicos que convidavam os operários d’aquella cidade a manifestações socialistas no dia 1º de Maio” (8). O historiador e memorialista Antonio Francisco Gaspar relembra uma comemoração do dia do trabalhador, em 1908, a que ele atribui como sendo a primeira realizada em Sorocaba pelos operários da Fábrica de Chapéus Souza Pereira (9). Após coleta de dinheiro entre os operários, realizou-se um piquenique na fazenda do Banco União, acompanhado de Banda Musical e tiros de fogos de artifício. De fato, não foi a primeira comemoração do 1º de Maio em Sorocaba. Em 1904, por exemplo, já se registrava a comemoração dessa data (10). O Círculo Socialista Enrico Ferri (11) de Sorocaba foi responsável pela organização do evento, que contou com a participação da banda musical da cidade de Sarapuí e, ainda, com a presença do orador socialista Sílvio Pampione, em conferência realizada no Salão do Club dos Atiradores (12).
O Primeiro Congresso Operário Brasileiro, realizado em 1906, definiu como bandeiras de lutas, entre outras, a luta pela jornada de oito horas, com ênfase na organização de celebrações e protestos no dia 1º de Maio (13).
Em várias localidades, iniciou-se a organização do operariado para que a data fosse celebrada em todas as localidades possíveis. A Federação Operária do Rio de Janeiro, por motivo de dissenções entre seus membros, ficou paralisada de fins de 1906 a março de 1907, o que prejudicou na organização das manifestações (14).
Por sua vez, as resoluções do Congresso Brasileiro estavam em consonância com a decisão tomada no Congresso Operário de Bourges, França, em 1904 que se referia a realizar um protesto mundial, no dia 1º de Maio, para obtenção da jornada de oito horas (15).
A redução da jornada de trabalho esteve presente na maioria dos movimentos grevistas de Sorocaba nas primeiras décadas do século XX. Vemos essa reivindicação na fundação do Sindicato de Resistência dos Tecelões de Sorocaba, em 1906 (16). Também é destaque nos primeiros números do jornal O Operário que publicava, com sobejo, artigos sobre o assunto. Já no segundo número desse periódico, em primeira página aparece o artigo intitulado As 8 horas em cujo trecho afirma:



Tão razoável é ella, que já em muitas partes do mundo tem sido acceita e convertida em bella e fecunda realidade, não obstante a inevitável opposição dos ignorantes e egoístas (17).



A jornada de oito horas foi a principal reivindicação das greves de 1911 (18); estava presente nas petições das greves de 1917; foi conquistada de forma precária em 1919; teve ameaça de revogação em 1920 e foi uma das principais bandeiras nas greves de 1927 e 1928.
A luta pela jornada de oito horas começou a ser resolvida em 1932, quando um decreto federal (19) obrigou a implantação da semana inglesa.



Semana ingleza na industria
A superintendência geral das fabricas locaes da Cia. Nacional de Estamparia também estabeleceu, a partir de hoje, o dia de 8 horas, na conformidade com o decreto do dictador Getulio Vargas. Também ahi, por esse motivo, o operariado não escondeu o seu justo contentamento pela conquista que nos colloca ao nível dos paizes que comprehenderam as razões das reivindicações do elemento productor (20).



Antes, em 06 de junho, a Fábrica Votorantim já havia posto em prática a jornada de oito horas para seus operários. Coincidentemente, nesse mesmo ano de 1932, foi um ano de agitações, com uma organização comemorativa ao 1º de Maio com “excepcional decorrência” (21), com greve dos sapateiros que lutavam pela melhoria do salário e contra a intenção de redução do mesmo pelos patrões (22)e, também, dos padeiros que buscavam obter que o serviço das padarias se desse apenas durante o dia. Foi, também, o ano da chamada Revolução Constitucionalista.
A sedimentação do direito à jornada de oito horas se deu em 1934, com a legislação getulista.

Notas:
(1) MELLA, Ricardo. Primeiro de Maio: Dia de luto e luta. Rio de Janeiro: Achiamé, 2005, p. 19.
(2) Idem, p. 27.
(3) DEL ROIO, José Luiz. A história de um dia – 1º de Maio. São Paulo: Ícone, 1998, p. 13.
(4) Idem, p. 45.
(5) Idem, p. 51.
(6) Idem.
(7) Idem, p. 52.
(8) "Relatório apresentado ao secretário dos negócios da Justiça de São Paulo pelo chefe de Polícia Theodoro Dias de Carvalho Júnior", de 31 de janeiro de 1895, documento gentilmente enviado pelo pesquisador Pedro Cunha. AESP, nº E01630.
(9) Diário de Sorocaba, 1º maio 1982, p. 14.
(10) Cruzeiro do Sul, 04 maio 1904, p. 02.
(11) Enrico Ferri era dirigente do PS (Partido Socialista) italiano. Visitou o Brasil em 1908, Cf. PINHEIRO, Paulo Sérgio., HALL, Michael. A classe operária no Brasil. São Paulo: Alfa-Omega, 1979, pp. 142 - 143.
(12) Cruzeiro do Sul, 30 abr 1904, p. 02.
(13) FARINHA NETO, Oscar. Atuação libertária no Brasil. Rio de Janeiro: Achiamé, 2007.
(14) PINHEIRO, Paulo Sérgio., HALL, Michael. A classe operária no Brasil. São Paulo: Alfa-Omega, 1979.
(15) O Operário, 1º maio 1910, p. 01. Ver também: DEL ROIO, Op. Cit., p. 58.
(16) DIAS, Op. Cit. p. 261.
(17) O Operário, 02 ago 1909, p. 01.
(18) BARREIRA, Luiz Carlos. Contribuições da história da escola pública sorocabana para a história da educação brasileira. In LOMBARDI, José Claudinei et al. A escola pública no Brasil: História e historiografia. Campinas: Autores Associados/Histedbr, 2005.
(19) Decreto 21364 de maio de 1932, que regulamentava as oito horas de trabalho industrial.
(20) Cruzeiro do Sul, 07 jun 1932, p. 01.
(21) Cruzeiro do Sul, 03 maio 1932, p. 01.
(22) Cruzeiro do Sul, 18 e 20 maio 1932, p. 04.